19 de julho de 2011

olá pessoas tudo tranquilo? é eu também tô bem ^^
falta 1 mês e pouco pra inter, não só de dança, mas de declamação também e eu agora que tô voltando a ensaiar e preparar elas, tô meio apavorada com isso admito mas tudo vai dar certo, tudo tem sua hora :)
aqui vai uma das minhas três poesias pra inter


OS CAVEIRAS E O ENGODO DA MORTE
Carlos Omar Villela Gomes
Os olhos nem se cruzaram desde a saída pra lida...
Um vinha mais que montado num baio que era um colosso,
O outro vinha num trono, enforquilhado no mouro.
Dia longo, sol ardendo, légua e pico, campo vasto...
Enfim o final de tarde e a volta mansa pras casas.


Num repente o do baio cravou as esporas e deu-lhe boca!
O outro, por ligeiro, já cutucou num puaço o mouro que vinha quieto.
Poeira comendo floxa, gritedo ecoando longe!
Pata que pata os cavalos!
Relho que relho os gaúchos!


Carreira sem pretensão,
Sem cismas de cancha reta...
Uma carreira de campo,
Conforme dizia o poeta.
Carreira dessas parelhas
Corrida por dois iguais...
Dois índios de campo e lida
Com almas de temporais.


Mas havia no caminha uma toca de mulita...
Houve uma toca, uma pata enfiada, um mouro rodado, um pescoço quebrado,
Uma moça viúva, dois piazitos órfãos e um velório às pressas.


Houve sim, mas é porquê?
Porque a carreira, por quê?
Nem mesmo o moço do baio
Ao certo soube dizer.


Porque se calou de soco
Quem tinha muito a viver?
Por que se calou, por quê?


Por entre o pranto de todos
Em vez do moço do mouro
Jazia apenas um corpo
Já sem estrelas no olhar.


Ao lado os caveiras sorriam com suas caras brancas,
Estranhos feito um palhaço dançando dentro de um vase.


Só eles sabiam bem...
Só eles tinham a voz,
Sabiam cada segundo
Da hora de todos nós.
Sabiam quem tinha a foice
Afiada, a mão de ceifar...
Sabiam o tempo exato
Que a foice cortava o ar!


Os caveiras se esbaldavam...
Sorriam suas caras feias
De um jeito devastador.


Talvez lembrando o momento
Em que um deles se achegou se engarupando no baio
E soprou ao pé do ouvido do que se achava montado:
“- Crava as esporas e azula!”
E assim foi que aconteceu.
Talvez lembrando o momento em que o outro, sussurrante,
Chegou pra hoje finado, e disse: “-Corre de atrás!”
E o moço, por bem mandado, correu de atrás... e morreu.


Se divertiam assim...
Assim era que passavam.


De vez em quando nos rios, nos açudes mais traiçoeiros,
Nos arroios mais covardes, chegavam pra gurizada,
Como não querendo nada: “-Mas tchê, que baita calor!”
O suficiente já era...
Em dez ou quinze minutos, meia dúzia de afogados
Pra aumentar sua coleção.


As palavras dos caveiras
(Com suas sílabas traiçoeiras)
Eram o engodo da morte.


Tantas feitas sucedidas com feições inusitadas...
Tantas coisas escondidas em histórias mal contadas;
Os caveiras eram praga pairando por esta terra;
Se já aprontavam na paz, se deliciavam na guerra.


Trinta e cinco foi assim, paraíso pra os caveiras
Que ponteavam cada carga cm suas frases derradeiras;
Noventa e três, tempos brabos... Eles chegaram gabolas...
Lavaram as caras brancas no sangue ruim das degolas!


E assim foi por tanto tempo...
Em cada revolução...
Em cada fio de vingança
Do cornudo da ocasião.
Em cada fio de vingança
Do cornudo da ocasião.
Em cada trago de canha
Das peleias de bolicho,
Estavam sempre os caveiras
Com seus medonhos cochichos.


Era o engodo da morte
Satisfazendo os caprichos.


Sei que a morte não é o fim,
Mas precisa ser assim?
Derrubados pelo engodo
Com palavras de festim?


Cadê a sequência das coisas?
Cadê os ciclos naturais?
Pior que a morte de um filho
Somente a dor de seus pais...
Não tem a mão do destino
Nessas piadas fatais!


Ouço uma voz murmurante acariciar meu ouvido,
Enleiando os pensamentos a cada duplo sentido...
Talvez me leve por diante, talvez me arraste no estribo.


Quem sabe são os caveiras, sorrindo em suas caras brancas,
Trazendo o engodo da morte, cobrando a vida sem prazo...
Estranhos feito um palhaço, dançando dentro de um vaso!

6 de julho de 2011

Hoje completa 1 mês do falecimento do meu avô. Não imaginava que ia sentir tanta falta dele, afinal nos últimos meses ele brigou tanto com a minha mãe, mas não adianta, a falta é imensa.
Um dos maiores desejos dele desde que minha avó se foi (5 anos atrás) era de reunir toda a família, mas ele só conseguiu isso na sua despedida, infelizmente. É impossível lembrar daquela tarde fria em Guaporé em que nos despedimos do maior homem que eu conheci, um pai dedicado, um avô querido, atencioso, um amigo pra todas as horas.
Toda a minha família só tem a agradecer a minha Tia que sempre cuidou dele, e antes dele ficar doente ela cuidou da minha avó, com todo amor e carinho sempre, como se fossem os pais dela.
A saudade é grande mas eu sei que agora estas bem, não sentes mais dor, não tem mais o maldito câncer que te levou de nós, agora estas bem junto da minha avózinha que eu tanto amo, e tanto sinto falta.

Saudades de vocês meus velhinhos, os amarei para todo o sempre, sempre terei boas lembranças de vocês, na minha infância quando tu me chamavas de "Ciganinha", vô e quando a vó me chamava pra tomar café e dizia "Netinha vem tomar o café da vó" isso era tão bom e eu não sabia.

Eu amo vocês